“Não é porque somos da limpeza que temos que ser tratadas como lixo”, diz trabalhadora da Higilimp

17/02/2016

Majoritariamente mulheres, negras, mães, chefes de família e moradoras da periferia de São Paulo, as trabalhadoras da Higilimp estão em luta para garantir o sustento de seus filhos. Isso porque a empresa, que presta serviço para a linha 1 do Metrô, está há mais de dois meses sem pagar os salários dos funcionários.
“Não é porque somos da limpeza que temos que ser tratadas como lixo”, diz indignada a trabalhadora da terceirizada Higilimp, Mariane Cristiana de Oliveira, 20 anos. É assim que se sente frente ao descaso da empresa e não admite esse desrespeito.

Mariane, que participava do protesto realizado na última terça-feira (16), contra a empresa na estação da Luz, carregava nos braços seu filho de três meses, e mesmo de licença maternidade decidiu ir à manifestação. “Não tenho com quem deixar meu filho, ninguém faz nada de graça, para eu deixar alguém com ele, tenho que ter dinheiro para pagar, e eu estou aqui atrás do meu dinheiro”, ressaltou.

Ana Carolina da Silva, 23 anos, é outra mulher que também tem dois filhos e não sabe como vai ser se a empresa não pagar. “Eu trabalho na Higilimp fez um ano em 20 de janeiro. Tenho dois filhos, pago R$ 700 reais de aluguel, meu marido perdeu o emprego agora em dezembro”, relata em tom de desabafo a trabalhadora.

Esse é o quarto protesto feito pelas trabalhadoras e trabalhadores que exigem o pagamento dos salários e direitos trabalhistas, mas até o momento, a Higilimp não pagou.

Durante o protesto, a Siemaco, sindicato que representa a categoria, informou às trabalhadoras que a Higilimp não presta mais serviços para o Metrô e que nesta quarta-feira (17) todos deveriam ir à sede do Sindicato, e que a empresa terceirizada Soluções assumiria o contrato de trabalho e admitiria todos os trabalhadores.

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